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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Sonic Generations - Primeira Impressão

Sonic foi para muitos, eu incluído, uma das maiores referências no mundo dos videojogos. Muitos certamente recordam com saudosismo o dia, ou noite, em que descobriram os encantos que a estrondosa velocidade deste ouriço azul oferecia. Com o passar dos anos Sonic passou de mero estranho a amigo e companheiro do dia-a-dia. Foi-se tornando numa referência e consagrou-se como um ícone. Quando chegou à adolescência Sonic começou a passar por algumas crises e por alguns problemas, fases diriam alguns. O seu estatuto incontestável de sucesso supremo começou a ser posto em causa e quando chegou à maior idade, Sonic já não tinha o mesmo brilho de outrora.
Pelo contrário, face a tamanha banalização promovida por jogos que iam saindo a um ritmo muito mais alto do que o desejável face à inexistência no aumento da qualidade, a outrora propriedade intelectual da SEGA perdeu completamente o seu mérito. Se os jogos na Megadrive foram bestiais, se os jogos da Dreamcast mostraram algum primor ausente dos derivados Saturn, já os jogos da geração 128 bits deram o primeiro aviso (alguém ainda se quer lembrar que Shadow The Hedgehog existe?) para a catástrofe que chegou na forma de Sonic The Hedgehog em 2006.
'Sonic Generations' Screenshot 1
Duas gerações: um no passado e o outro no presente unidos para salvar o mundo.
O fundo havia sido alcançado e daqui só se podia subir mas face a um decréscimo imenso na popularidade, as mascote da companhia Japonesa ameaçava a extinção. Sonic tentou redimir a sua imagem através de algumas abordagens diferentes em jogos Wii, tentou mostrar que podia ser igual a si mesmo no seu expoente máximo enquanto acarinhava as plataformas digitais e ainda tentou transformar-se em seres diferentes pelo meio. Enquanto era dado um vislumbre que Sonic poderia regressar à sua forma original, uma pergunta foi sempre persistindo, pode Sonic voltar a ser relevante no mundo dos videojogos?
Nem de perto, nem de longe posso responder a isso, tal só os fãs em uníssono o podem declarar mas primeiro é preciso que a SEGA crie um jogo com estofo para tal. Sonic Generations pode ser o primeiro passo, não diretamente para o estrelato, mas no que pode vir a tornar-se uma agradável escada a percorrer. Mais do que tentar ser o jogo que Sonic merece há quase 10 anos, Generations comemora os 20 anos do lançamento do jogo original e a SEGA tem nas mãos uma oportunidade para relançar a carreira de Sonic.
Para isso conta com Takashi Iizuka que tem no seu currículo jogos como Sonic & Knuckles, NIGHTS into Dreams ou Sonic Adventures 2 e recentemente foi chamado para restituir a glória a Sonic, tendo começado com Sonic The Hedgehog 4 e Sonic Colours para Wii/DS. Agora é a vez de estender o seu produto também à PlayStation 3 e Xbox 360 e para saber o que está a preparar estivemos com ele numa sessão de apresentação de Sonic Generations à porta fechada.
Iizuka começou por explicar que este é um produto que tem na sua génese a comemoração dos 20 anos da personagem e a partir daqui nasceu tudo o que podemos ver no jogo. A ideia foi prestar homenagem ao Sonic ao longo da sua carreira e mostrar como o próprio passado da personagem, mesmo os maus momentos, podem servir como rampa de lançamento para um futuro mais risonho não só nas atuais plataformas e nas que acabaram de chegar, como a 3DS, como também nas que estão para chegar, como a Wii U.
Primeira geração: Jogabilidade 2D atualizada a prestar homenagem ao original.
'Sonic Generations' Screenshot 2
Como visto no trailer em Sonic Generations vamos comemorar os 20 anos de Sonic percorrendo níveis inspirados nos melhores momentos dos seus mais relevantes jogos lançados durante todos estes anos. Um novo inimigo abriu buracos no tempo e o "velho" Sonic tem que se unir ao "atual" Sonic para salvarem o mundo. Convém salientar que apenas estes dois personagens estão jogáveis, apesar do restante leque de personagens conhecidos da série virem a surgir ocasionalmente.
O que isto significa em termos de jogo é que temos cada nível, versões modificadas e atuais de níveis clássicos de toda a história de jogos Sonic, está dividido em duas versões: uma em 2D por assim dizer, em termos de perspetiva, e outra em 3D, nas costas do personagem. Na primeira parte dos cenários temos uma progressão a lembrar o que vimos recentemente em Sonic Unleashed e Sonic The Hedgehog 4 enquanto na segunda parte dos níveis vamos ter algo mais ao encontro do que vimos em alguns momentos de Unleashed, nas secções diurnas.
Para explicar melhor vamos usar o exemplo dado por Iizuka na apresentação, o primeiro nível de Sonic Adventures 2 na sua nova versão. Na primeira parte do nível controlamos o Sonic clássico num esquema muito similar ao conceito original e característico, jogabilidade 2D em cenários 3D que agora apresentam múltiplos percursos possíveis consoante as nossas decisões ao longo do nível. A sensação é similar à de Sonic 4, a de estarmos a jogar um jogo Sonic clássico mas com visuais atualizados. Isto engloba a inserção do camião que perseguia Sonic no original mas de uma forma dinâmica e interativa, não estivesse o nível envolto em jogabilidade 2D. Tínhamos que fugir do camião e de vez em quando lá surgia de uma forma complemente diferente e nova.
Na segunda parte a perspetiva passou para as costas de Sonic para nos dar um jogo com perspetiva 3D, como visto no original Sonic Adventures 2. O camião continua a sua furiosa perseguição mas agora tem duas vezes mais o tamanho do original e apresenta ameaçadoras lâminas à frente. As melhorias na jogabilidade e principalmente no sistema de câmaras beneficiam largamente a experiência de Sonic Generations e o jogo sente-se mais apurado e mais fluído.
Graficamente temos um jogo que funciona muito bem em 3D. Os vários níveis e as alterações na perspetiva tem um bom efeito e o nível de profundidade extra é interessante. Não é propriamente um jogo com o qual esperamos ver companhias a promover televisões 3D mas acreditamos que é um bónus interessante para os que já tem uma TV capaz de tal. O que todos vão ter é um jogo colorido, como não podia deixar de ser, rápido e fluído como se quer.
'Sonic Generations' Screenshot 3
Segunda geração: Perspetiva 3D sem os problemas que afetaram os originais.
A SEGA está apostada em usar a personagem onde ele deve ser usado, percursos que promovem a sua velocidade enquanto ao mesmo tempo presta uma inteligente homenagem. Acima de tudo pretende um jogo divertido e com visuais capazes de agradar sentindo-se ao mesmo tempo familiares. Durante os níveis várias coisas iam acontecendo no fundo e os cenários pareciam vibrar com vida por si próprios. Se Green Hill Zone aposta mais na nostalgia, este novo já mostrava como um tradicional nível Sonic pode vir a apresentar um tom totalmente renovado mantendo-se na mesma familiar.
Os temas e sons também assim o vão ser e o homem da SEGA explicou que alguns membros do departamento sonoro do original foram mesmo convocados de volta para trabalharem no jogo. Podem contar com novas versões de temas clássicos mas que mantém toda a essência dos originais enquanto procuram soar atuais.
Iizuka deu ainda uma explicação específica sobre a versão Nintendo 3DS. Esta versão portátil vai usufruir das capacidades únicas da mais recente portátil Nintendo e apesar do nível inicial, Green Hill Zone, ser o mesmo que o das restantes versões, tudo que se segue é diferente e específico a este formato. Tendo em conta as características únicas da portátil e do que vimos do jogo, acreditamos mesmo que algo único pode vir a ser apresentado. Assim o esperamos.
Depois de, justa ou injustamente, ter desistido de Sonic nos tempos recentes (após o Sonic The Hedgehog de 2006 apenas olhei duas vezes para o ouriço em Unleashed em 2008 e Sonic 4 em 2010) Sonic Generations deu boas indicações quanto a uma potencial reconciliação com a personagem. Ao mesmo tempo espero que lhe seja prestada a devida homenagem e que a porta para o futuro seja assegurada pelo trabalho atualmente em desenvolvimento pela Sonic Team.

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